Segunda, 07 de Julho de 2025
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Grávida mantida viva na Geórgia por lei antiaborto reacende debate sobre limites éticos e mortalidade materna nos EUA

Grávida mantida viva na Geórgia por lei antiaborto reacende debate sobre limites éticos e mortalidade materna nos EUA

06/06/2025 às 11h14
Por: Redação Fonte: Globo
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Grávida mantida viva na Geórgia por lei antiaborto reacende debate sobre limites éticos e mortalidade materna nos EUA

Grávida mantida viva na Geórgia por lei antiaborto reacende debate sobre limites éticos e mortalidade materna nos EUA

Grávida mantida viva na Geórgia por lei antiaborto reacende debate sobre limites éticos e mortalidade materna nos EUA

06/06/2025 às 10h57
Por: RedaçãoFonte: Globo
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Grávida mantida viva na Geórgia por lei antiaborto reacende debate sobre limites éticos e mortalidade materna nos EUA

Grávida mantida viva na Geórgia por lei antiaborto reacende debate sobre limites éticos e mortalidade materna nos EUA 

Adriana Smith sentia fortes dores de cabeça quando decidiu procurar um hospital na Geórgia, nos Estados Unidos, há três meses. Grávida de nove semanas, ela foi medicada e, sem ser submetida a nenhum exame, teve alta. Na manhã seguinte, foi encaminhada à emergência com a respiração ofegante. Dessa vez, o diagnóstico veio: coágulos sanguíneos no cérebro. Aos 30 anos, Smith teve a morte cerebral decretada pouco após sua internação, mas, mesmo sem autorização da família, seu corpo foi mantido em suporte de vida para permitir o desenvolvimento do feto. O caso chamou a atenção em todo o país e reacendeu o debate sobre os limites éticos e legais das políticas antiaborto promovidas por governos estaduais comandados por republicanos, em meio ao corte de gastos e medidas controvérsias da administração de Donald Trump contra organizações voltadas para a saúde feminina.

Familiares de Smith, incluindo seu filho de 5 anos, ainda a visitam no hospital. Segundo eles, os médicos informaram que não estão autorizados a desligar os dispositivos que a mantém respirando porque a lei estadual proíbe o aborto após a detecção da atividade cardíaca do feto, o que geralmente ocorre por volta da sexta semana de gravidez. A lei foi aprovada em 2019, mas só passou a ser aplicada em 2022, depois da revogação do histórico caso Roe v. Wade, que garantia o direito federal ao aborto nos Estados Unidos. Os legisladores, no entanto, não parecem ter considerado uma situação em que uma mulher grávida esteja legalmente morta, escreveu a especialista em direito reprodutivo Kimberly Mutcherson para o New York Times.

“[É] uma espécie de experimento: permitir que um feto se desenvolva no corpo de uma mulher com morte cerebral. Sabendo do enorme esforço que o corpo de uma gestante precisa fazer para sustentar e nutrir uma gravidez, não é possível saber com certeza os danos que um feto pode sofrer ao permanecer preso em um corpo sem um cérebro funcional”, acrescentou. A preocupação também é citada pela mãe de Smith, Newkirk. Ela disse ter sido informada de que o feto de sua filha apresenta acúmulo de líquido no cérebro, o que faz com que seu neto possa nascer “cego, sem conseguir andar” ou mesmo sem forças para sobreviver.

— Até onde se sabe, é a família [de Smith] quem está pagando por isso, porque nós não temos nenhum sistema que diga que o hospital deve cobrir os custos de manter o corpo dela funcionando — disse ao GLOBO a democrata Jasmine Clark, deputada estadual da Geórgia. — Isso me preocupa muito porque reforça a ideia de que o governo não vê as mulheres como seres humanos de verdade, especialmente as mulheres grávidas. Parece que, a partir do momento em que você engravida, perde o direito de ser humano e passa a ser apenas uma incubadora. Acho uma forma horrível de enxergar mais da metade da população.

 

 

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